segunda-feira, 1 de junho de 2009

Pra lá de Marrakech (Parte II)


Enquanto estava no trem, a primeira coisa que me veio à mente foi a música de Caetano Veloso: "Esse papo já tá qualquer coisa. Você já tá pra lá de Marrakech"... Fiquei pensando que eu devia estar mesmo pra lá de Marrakech, enfrentando 3 horas de viagem, naquele calor, insuportável, numa locomotiva sem ar-condicionado (e olha que era a primeira classe!). Mas olhando a paisagem pela janela, fui percebendo aos poucos as belezas daquele lugar, que poucos brasileiros visitam. É uma pena, não sabem o que estão perdendo.

Na cabine do trem (na primeira classe) vão até seis pessoas. Na nossa, além de mim e de minha irmã, estavam mais dois muçulmanos. Enquanto um lia o jornal (uma coisa de louco!), o outro escutava o Ipod (deu para perceber que eram músicas de bandas locais, interessante). Batemos um papinho com eles, que foram muitos simpáticos e nos prestaram algumas informações sobre nosso destino.

É engraçado, no Marrocos pode-se fumar, praticamente, em todos os lugares, abertos ou fechados. E como se fuma! Até no trem, mas só perto dos banheiros. Enquanto minha irmã foi dar uma tragadinha, aproveitei para observar melhor o cenário externo. Em meio à paisagem árida, vão despontando pequenos lugarejos, onde sempre se destaca uma torre, certamente a mesquita do local. Depois, vem novamente o deserto - o nada. De repente, aparece um muçulmano, solitário, cuidando das ovelhas. Verde, quase nada!

Fiquei pensando no que encontraria em Marrakech... Já estava quase me arrependendo da viagem, quando cheguei. E qual não foi minha surpresa ao desembarcar na estação (foto)! É, simplesmente, ma-ra-vi-lho-sa! A arquitetura é linda, parece que você está entrando num conto de fadas, tipo "As mil e uma noites". O hotel, para variar o Ibis, fica bem ao lado da estação.

É um charme, está bem localizado, fica perto da medina (a principal atração da cidade), possui uma decoração típica, mas deixa a desejar em alguns pontos, principalmente o café da manhã (que é cobrado à parte e não vale o dinheiro gasto). Mas, por outro lado, oferece internet grátis e uma deliciosa piscina, no meio de um belo jardim. Além, do preço, bem acessível.

É claro que se você quiser viver um verdadeiro dia-a-dia marroquino, nem pense em ficar num hotel de rede e, sim, nos chamados riads - onde vai se sentir um muçulmano. Existem vários, para todos os gostos e bolsos. Conheci o Sublime Ailleurs, que está sob a responsabilidade do simpático Augusto Rodrigues, um brasileiro amigo da jornalista Carminha Corrêa, que nos serviu um delicioso lanche, regado à chá de menta e suco de laranja (dois costumes locais) e doces regionais. E, claro, horas e horas de conversas interessantes, que contarei posteriormente, no próximo post. Assim, como outras curiosidades dessa exótica cidade.




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