domingo, 21 de junho de 2009

Entre as ruelas de Alfama




Vou deixar o Marrocos de lado (mais especificamente Marrakesch) um pouquinho. Mas não vou abandoná-lo, pois ainda falta muita coisa para falar desse país exótico, que me conquistou logo na primeira viagem. Decidi fazer um desvio e voltar até Lisboa, que, aliás, fica bem perto (a cerca de 1h30 de avião).

É impossível visitar Lisboa e não falar sobre o fado, a música que revela a alma lusitana (hoje, infelizmente, um som bastante desprezado em Portugal, principalmente pelos jovens). Mas basta andar por Alfama, principalmente à noite, para escutar na voz das fadistas, e no som inconfundível da guitarra portuguesa, a beleza dessa tradição, que consquistou o mundo através de Amália Rodrigues. Mas atualmente, graças a algumas bandas novas, o fado está voltando, com uma leitura diferente - bem interessante - a conquistar os portugueses.

Aliás, visitar Alfama faz parte de qualquer roteiro em Lisboa, tanto faz a hora. A melhor dica, durante o dia, é pegar o charmoso elétrico 28 (bonde) que faz o percurso das sete colinas de Portugal (é um transporte público, mas onde você acaba fazendo um city tour, pagando apenas 1,40 euro, pela parte histórica da cidade). Siga com destino a Graças e peça para o condutor deixá-lo perto do Castelo de São Jorge (foto).

Podemos dizer que a cidade é filha do Castelo de São Jorge (sua manjedoura). Só depois foi crescendo morro abaixo. Mas antes disso, a fortaleza serviu de defesa contra os vários pretendentes que estavam de olho nas belezas de Lisboa - e riquezas. Como os romanos, suevos, visigodos e mouros, até que ela foi parar, definitivamente, nas mãos dos cristãos.

Dê uma volta demorada pelo local (custa 5 euros a entrada), curta o mirante, de onde se descortina uma bela vista de Lisboa (foto), principalmente em dias de céu claro (o que não é difícil na cidade, mesmo no inverno). Depois, ande, como uma rainha, se preferir uma princesa, pelas suas muralhas, curtindo a paisagem de vários ângulos.

E dê uma passada na Câmara Escura - Torre de Ulysses, onde está instalado um periscópio, um mecanismo óptico inventado por Leonardo da Vinci, no século XVI, único em Portugal, que permite observar a cidade a 360º, em tempo real. Ali, de dentro da sala, olhando para uma espécie de mesa oval, é possível ver as pessoas nas janelas de suas casas conversando com o vizinho, as roupas secando do lado de fora (um costume lusitano), e até o pássaro passando num voo rasante. É impressionante.

Depois, vá descendo pelas ruas estreitas até a Baixa, passando por igrejas - muitas - lojinhas, bares, restaurantes... Enfim, vivendo o dia-a-dia de seus moradores.

Vá lá: http://www.castelosaojorge.egeac.pt/


Nenhum comentário:

Postar um comentário