segunda-feira, 25 de maio de 2009

A simpática Amina


Em Casablanca já deu para sentir um pouco do clima do mundo muçulmano, inclusive o trânsito caótico. Mas nada que se compare a Marrakech, nosso próximo destino em Marrocos. Na capital, fiquei hospedada num hotel próximo à estação, o Oum Palace – o Ibis, é melhor, ainda, pois está colado à estação, o que facilita bastante os deslocamentos internos. Mas o melhor, mesmo, é ir direto para Marrakech de avião, já que a cidade possui aeroporto.

Pois bem, dormi apenas uma noite em Casablanca. Logo pela manhã peguei o trem das 9 horas com destino a Marrakech. Na verdade, primeiro embarquei num "petit taxi" para Casa Voyager, a estação de onde sai o trem para lá. Pegar táxi no Marrocos é muito barato (mas exija, sempre, que o motorista ligue o taximetro). Só para ter uma ideia, 10 euros valem 100 dirhams (a moeda local). O percurso do taxi do hotel até a estação custou 20 dirhams (2 euros).

A passagem de trem de Casablanca a Marrakech custa 35 dirhams (3,50 euros), de primeira classe. São 3 horas de viagem, vá pela manhã ou no final da tarde, pois o calor é intenso e a locomotiva não tem ar-condicionado. Em Casa Port, enquanto o trem não chegava, eu e minha irmã conhecemos a simpática Amina (foto), uma graça de senhora, vestida tradicionalmente, que nos contou um pouco de sua vida.

Disse que já tinha sido casada, seu marido morreu, e ela ficou com as três filhas. Os dois eram funcionários públicos. Hoje, ela é aposentada e aproveita a vida viajando. Estava em Casablanca visitando uma das filhas. Tem uma, inclusive, que mora na América. Ela falou um pouco sobre Marrakech, o que me deixou ainda mais curiosa. Antes de entrar no trem se despediu nos dando dois beijinhos – tudo bem diferente do que o mundo costuma mostrar na mídia.

Pessoas assim é que tornam as viagens agradáveis e nos deixam sempre com vontade de voltar – aliás, acho que temos muito o que aprender com os muçulmanos.

E finalmente embarcamos no trem para Marrakech.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Prá lá de Marrakech (parte I)

Esqueça o mundo muçulmano que você vê nos noticiários da TV. Depois de conhecer o Marrocos, certamente vai mudar de opinião. A minha aventura começou em Lisboa, na hora de embarcar na aeronave, que, sinceramente, mais parece uma carroça. Tudo bem. A emoção - e curiosidade - de chegar em Casablanca era maior do que qualquer turbulência.

No aeroporto, a primeira dificuldade, a imigração. Mesmo sabendo falar mais ou menos o francês, é complicado entender, pois eles misturam com o idioma local. (ô linguinha). Mas são extremamente delicados - principalmente quando você diz que é "bresilien". Pronto! Eles logo lembram de futebol e, claro, Ronaldinho.

Passada essa etapa, era hora de descobrir como pegar o trem. Sabia que devia ir em direção a Casa Port. O problema é que antes de chegar ao destino final, seria obrigada a fazer uma conexão. Estava feita a confusão. Como saber onde descer?

Paguei o primeiro mico - tão comum nas viagens para lugares de cultura completamente diferente. Dentro do trem, minha irmã perguntou para um muçulmano, acompanhado de uma mulher, onde deveríamos fazer a baldeação. Ele respondeu que dentro de aproximadamente 45 minutos mais ou menos chegaríamos.

Quando minha irmã perguntou as horas, ela não conseguiu entender a resposta e, como uma brasileira típica, pegou o pulso do muçulmano para conferir - isso num lugar como o Marrocos é uma grande gafe. Antigamente, seria imperdoável, mas hoje, eles já conseguem achar graça de tal situação. E isso mostra como estamos enganados em relação a essa cultura.

Olhando pela janela do trem, parece que você está passando por um campo de guerra. Em meio a paisagem deserta, com casinhas da mesma cor, muçulmanos e muçulmanas vestidos a caráter trabalham, enquanto meninos jogam futebol.

Na conexão, mais informações. Uma bela jovem, com um lenço nos cabelos, vestindo a tradicional roupa muçulmana, deu as informações necessárias. Mas quase pegamos o trem errado e fomos parar, literalmente, prá lá de Marrakech. Enfim, conseguimos chegar ao destino. Mas como não há muito o que fazer em Casablanca, o jeito foi passear um pouco pela medina.

No dia seguinte, nosso destino seria, realmente, Marrakech

sábado, 16 de maio de 2009

Marrakesh

Gente, vou demorar uns dias para atualizar o blog, pois estou pra la de Marrakesh, onde tudo e muito louco, inclusive o teclado (nao consigo descobrir os acentos), a cidade e uma loucura...... E linda! E eu que ja sou louquinha, estou ficando pior.... Ate breve.....

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Parece caro, mas não é...

Realmente, é impossível ir até a Região do Minho e não tomar vinho. E mais impossível ainda é sair de lá sem trazer na bagagem alguns deles. Não entendo nada sobre o assunto. O que sei é que pelo preço de um no Brasil, comprei seis no supermercado de Braga. E de quebra, claro, trouxe um azeite extra-virgem na promoção (com 0,4% de acidez). Como vou colocar isso na bagagem, só Deus... Mas por enquanto não vale a pena pensar no assunto, até porque ainda falta viajar para alguns lugares, antes de voltar para o Brasil. E, claro, comprar mais bugigangas.


Então, como disse anteriormente, viajar por Portugal é relativamente barato - apesar da desvalorização de nossa moeda, o real, diante do euro. Só para ter uma ideia, o roteiro de Lisboa a Braga, de cinco dias, passando por Coimbra, Guimarães e Porto, saiu por cerca de 150 euros, aproximadamente R$ 450,00 (pagando hotel em Coimbra, todas as passagens de trem e ônibus, os deslocamentos internos, as refeições e as compras de vinhos, azeites e queijos, como o da Serra da Estrela (fresco, direto do Mercado Municipal D. Pedro V) - a iguaria é muito famosa no país e tem um sabor divino (custa 8 euros).


Fazendo uma comparação com o Brasil - uma viagem simples, de Vitória ao Rio de Janeiro, sairia bem mais cara e, com certeza, não haveria a possibilidade de fazer tantos deslocamentos -mesmo com veículo próprio. E, também, dificilmente seria possível comprar tantos vinhos... (O mais caro custou 3,61 euros). Por isso, sempre digo, viajar para o exterior não é um sonho, depende apenas de planejamento.

À beira do Douro


A principal cidade do Norte de Portugal é, com certeza, o Porto. Se você está em Braga, é só pegar o trem (a passagem custa 2,15 euros, cerca de R$ 6,35). A viagem dura aproximadamente 1 hora (prepare-se: são ao todo 24 estações até chegar ao destino). São vários horários, o que lhe dá a oportunidade de fazer um bate-e-vota.

A Estação de São Bento é, simplesmente, linda! Os painéis de azulejos, típicos portugueses, chamam a atenção, assim como a bela arquitetura. Infelizmente, entrei numa fria (dificilmente caio nessas ciladas para turistas, mas dessa vez...).
Como só ia ficar um dia, resolvi comprar um tíquete daqueles ônibus especiais para visitantes, de dois andares (o segundo fica a céu aberto), que dá direito a percorrer três trajetos diferentes, descendo e subindo a hora que você bem entender. Paguei 10 euros (Ah! Se arrependimento matasse...). É furada, principalmente o amarelinho (tem um vermelho. Aliás, bem melhor). Ambos dão direito, também, a andar nos ônibus de linha (mas isso não é nenhuma vantagem).


Por que é fria? É simples, num dia apenas de passeio você só vai conseguir visitar o centro histórico da cidade - aliás, a parte mais bonita. E isso pode ser realizado a pé. E, depois, os percursos dos ônibus não são bons (pelo menos dos amarelinhos). E o pior: você fica uma eternidade no ponto e o "bendito" nunca passa, é um saco! No final, quando percebe, as horas já passaram... E você só conseguiu fazer um roteiro e, mesmo assim, sem descer nos monumentos principais.


A melhor opção é ficar mesmo pelo centro histórico. Na Ribeira (parte baixa da cidade, à beira do Rio Douro), vale a pena sentar num dos pequenos restaurantes e, enquanto degusta tripas à moda do Porto (prato parecido com a nossa dobradinha), com vinhos de boa cepa, aproveite para curtir a paisagem: a Ponte D. Luís, os rabelos (embarcações que antigamente levavam os barris de carvalho com o vinho), e o belo casario.


Não deixe de atravessar a ponte, o que pode ser feito a pé, até Vila Nova de Gaia, do outro lado do rio. Ali, encontram-se várias caves, que mostram o processo de produção do vinho do Porto - a maioria pode ser visitada. Eu preferi fazer o roteiro da Ferreira, mas você pode escolher entre outras: Calém, Borges, Cintra, Romariz e Fonseca (portuguesas) ou Sandermans, Crofts, Warres e Cockburns (inglesas). Em todas elas aprende-se as diferenças entre um Vintage, Ruby e Tawny.


No final da visita, claro, uma degustação de vinhos e, de quebra, uma confraternização entre pessoas de várias partes do mundo. E na saída, para quem quiser, uma loja com os produtos da marca à venda - uma boa dica de presente. O deus Baco, agradece.








Guimarães, bacalhau com vinho verde


Impossível visitar a Região do Minho e não conhecer a cidade de Guimarães, que, no último dia 12, foi oficialmente designada Capital Européia da Cultura, em 2012, em conjunto com Maribor, cidade eslovena. Um título merecido, já que seu Centro Histórico é Patrimônio da Humanidade, da Unesco. Um charme!

Vale a pena sentar num dos restaurantes locais e degustar um prato tipicamente lusitano - eu e meu amigo, Sergio Denicoli, escolhemos bacalhau com natas. Já minha irmã foi de arroz de pato.


Também pedimos um vinho verde da casa. A conta saiu por 39 euros (cerca de R$ 120,00). Os pratos são muito bem servidos. E a paisagem medieval é, simplesmente, deslumbrante! Ficamos ali horas, apesar do frio - ao Norte de Portugal as temperaturas costumam ser mais baixas, mesmo nessa época, quando o verão está próximo.


Depois, fomos conhecer as ruínas do Castelo de Guimarães (foto), cujas muralhas são reforçadas por quatro torres e "rasgadas" por quatro portas. Suba a escada (muito cuidado, pois não há lugar para se apoiar). A plaquinha que alerta para o perigo é engraçada. Siga o caminho rente às muralhas, apreciando o cenário. Destaque para a ponte de madeira. Segundo a história, aqui teria nascido o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. A pia onde se afirma ter sido batizado está na capela românica da Igreja de São Miguel da Oliveira (que surgiu posteriormente à pia). Em seguida, volte para o centro histórico e caminhe, sem compromisso, pelo labirinto de ruelas. Em cada esquina, você encontra uma surpresa.






Braga, uma grata surpresa


Não é caro - nem difícil - viajar por Portugal. Em Coimbra peguei um ônibus para Braga (a passagem custa 12 euros, cerca de R$ 36,00), na Região do Minho. A viagem dura cerca de 1h40, por uma excelente auto-estrada. Não gastei com hospedagem, mas no hotel da rede Ibis (www.ibishotel.com/Braga) da cidade, a diária custa 39 euros, cerca de R$ 117,00, o casal.


Braga é linda! É pequena, mas muito, muito agradável. Também é uma cidade universitária, por isso, o índice de jovens no local é bem grande. Eu, particularmente, acho ela mais bonita que Coimbra - e bem mais agitada. O centro histórico é muito bem cuidado. Ah! As flores nos jardins, que belas!


Erguida pelos romanos, capital dos suevos no século V, tomada pelos visigodos e, mais tarde, com a forte influência do clero, que fez dali a sede do arcebispado, a cidade abriga dezenas de igrejas. A Catedral de Braga é maravilhosa. Também não deixe de visitar a Igreja de Bom Jesus do Monte (foto), aliás seu conjunto arqutetônico - e natural - merece um passeio mais demorado.


Caso esteja com seus pecados em dia, pode subir até lá em cima usando um veículo ou pegar o funicular (uma espécie de bondinho). Mas se tiver com alguma dívida pendente com Ele, aproveite para chegar ao topo caminhando. Prepare-se, a via crucis cansa um "bocado". Como sou uma "santa "(quem me conhece bem, sabe que falo a verdade), peguei uma carona de carro com um amigo jornalista. Só de olhar aquela escadaria, me deu uma preguiça!


Mas suba, ao menos, alguns degraus - assim poderá apreciar uma das seis capelas (eram oito) que abrigam belas imagens representando a Vida e a Paixão de Cristo, até a sua ressurreição. Lá em cima, além da igreja barroca (e neoclássica) não deixe de caminhar pelo parque no seu entorno (normalmente, os visitantes ficam restritos ao templo). Um pecado! E dos grandes. Caminhar pelas trilhas do local revela várias surpresas.


Aproveite, também, para dar uma chegadinha no Santuário de Sameiro, o centro de maior devoção mariana em Portugal, depois de Fátima. Também é uma grata surpresa. Em seguida, pegue a estrada de volta ao centro histórico da cidade, caminhe pelas ruas, dê uma passadinha no restaurante Frigideira do Cantinho, que possui o chão transparente (bastante desgastado, mas que brevemente será restaurado), pelo qual é possível ver - embaixo - ruínas romanas (uma maquete mostra como elas são). Destaque também para o quadro na parede que revela um mapa medieval da cidade, quando ainda era totalmente murada.


Depois, vá ao A Brasileira (só que lá não tem Fernando Pessoa, como em Lisboa), mas é um charme, suba ao andar de cima e peça o café que leva o mesmo nome (que traz leite-condensado, no fundo, café, ao meio, e creme, em cima). Custa 1,65 euro (cerca de R$ 5,00). Para sentir todos os sabores, vá subindo o canudinho em cada gole (como explicou a simpática garçonete). É uma delícia!

domingo, 10 de maio de 2009

Voltando às origens


Entre os portugueses que partiram com destino ao Brasil para "tentar a vida" estava meu pai. Com 26 anos, ele saiu de sua cidade natal e enfrentou uma longa viagem a bordo do navio Santa Cruz. Por isso, quando venho para cá, me sinto em casa. O Mestre João, como era chamado, pois era artista plástico, nasceu em Coimbra, uma cidade simpática, que fica a cerca de 2 horas de Lisboa. Vale a pena conhecê-la. Uma boa dica de hospedagem é o hotel Ibis (www.ibishotel.com), cuja diária custa 49 euros por dia, o casal). Neste final de semana, especificamente, estava acontecendo a "Queima das Fitas", uma festa tradicional dos estudantes da Universidade de Coimbra (foto), a mais antiga de Portugal, do século XIII - um de seus alunos foi Eça de Queirós.



Como dizem aqui é muito "gira" (linda) a festa. É interessante ver os estudantes usando a toga (que custa aproximadamente 250 euros), um traje típico, que se resume a uma capa preta, mas que tem todo um jeito especial de usar, que deve ser seguido à risca. Por ser uma cidade estudantil, a quantidade de jovens é grande, o que mostra uma face pouco comum de Portugal, que tem um índice de idosos, assim como toda a Europa, muito grande (o que vem preocupando as autoridades do país). Afinal, é difícil imaginar o futuro quando a população inativa é bem maior do que a ativa.



A "Queima das Fitas" está completando 110 anos - é a festa acadêmica mais importante de Portugal e sempre acontece em maio. O evento atrai pessoas de vários lugares do país, principalmente estudantes. Não deixe de ir até a Universidade de Coimbra, na Cidade Alta. É linda! Você pode pegar um táxi na Cidade Baixa (vale a pena, pois não sai mais do que 4 euros). Depois de apreciar sua arquitetura, belíssima, vá descendo as ruelas a pé, é um passeio delicioso e cheio de surpresas agradáveis.



Uma delas é o Mercado Municipal D. Pedro V, onde há uma infinidade de peixes e queijos frescos, de todos os tipos. Depois, siga até a parte histórica e ande pelo labirinto de ruas, E, em seguida, caminhe pela beira do Rio Mondego, onde você pode sentar em um dos cafés e apreciar a paisagem no entardecer, com o Mosteiro de São Bento, de 1620, ao fundo.



Não saia da cidade, sem visitar Tentúgal, uma das vilas históricas do conselho de Montemor-o-Velho (em maio, entre os dias 27 e 28, é realizada no local a Feira da Doçaria Conventual). Mas é possível experimentar as iguarias (haja dieta!) em qualquer época. Lá, você vai se fartar com os pastéis de Tentúgal, as queijadas e barrigas de freira.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

De Carone (carona) pelo mundo



O que é arte? Difícil dizer... Às vezes uma simples ideia acaba se transformando numa manifestação artística (que definitivamente não se enquadra em algum estilo pré-existente). Mas nem por isso deixa de ser uma forma de arte. O jornalista Vitor Lopes, é um exemplo. A partir de uma simples sacola de supermercado (no caso, do Carone, uma rede do Espírito Santo) ele criou uma arte-campanha intitulada "Carone pelo Mundo".

Como ele mesmo explicou, na hora de fazer as malas, você sempre precisa de uma sacola de plástico para colocar, por exemplo, os sapatos, ou qualquer outra coisa. E normalmente é de supermercado. Então, para os capixabas, melhor que seja do Carone. Depois, certamente, já no destino, ela vai servir para embrulhar o sanduíche que será levado na mochila. entre outras coisas. E por que não para aparecer nas fotos? É exatamente esse o objetivo da arte-campanha do jornalista: que os viajantes levem o Carone pelo mundo e traduzam suas impressões do lugar, mas com um pequeno detalhe: a sacola deve aparecer de alguma maneira na foto.

Eu já estou dando minha contribuição. E o meu garoto arte-campanha-propaganda é nada menos, nada mais, do que Fernando Pessoa, sentadinho ali no café A Brasileira, no Chiado, Cidade Alta de Lisboa. Resolvi inovar - fiz um cachecol de sacolas Carone para o grande poeta que escreveu "Navegar é preciso, viver não é preciso".

Na verdade essa frase: "Navigare necesse, vivere non necesse" é de Pompeu, general romano (106-48 a.C), que dizia aos marinheiros, amedrontados, que se recusavam a viajar durante a guerra. Então, vamos navegar pelo mundo, já que viver não é preciso (nesse caso, a palavra tem o significado de exatidão). Afinal, não sabemos até quando estaremos vivos. Mas já que estamos por aqui, vamos ajudar a levar o Carone pelo Mundo". Participe da campanha!



quinta-feira, 7 de maio de 2009

O número dessa vez é 25


Conhecer pessoas, isso é o que torna as viagens maravilhosas. Às vezes são personagens cheios de histórias interessantes. Hoje, enquanto esperava o elétrico 25, no ponto (aqui eles chamam de parada), conheci duas simpáticas senhoras (irmãs), a Gina e a Carolina. Juro, deu vontade de levar para casa. Ambas, que já estão beirando os 80 anos, vêm todas as semanas ao Campo de Ourique (um bairro da cidade) visitar os entes queridos no Cemitério dos Prazeres (um nome bastante sugestivo, não?). Elas moram em Cascais (uma cidade próxima) e vêm até Lisboa de comboio (trem).

Conversa vem, conversa vai, acabei descobrindo que a Carolina namorou, nada mais, nada menos, do que Luiz Gonzaga (quando ela tinha uns 17 anos). Como ela mesma disse: "era um moreninho daqueles!". Conheceu ele em Lisboa na casa de uma senhora, onde ela costumava ir para aprender a bordar. Não deu em nada, claro. Tanto que ela casou com outro, mas o marido não podia ouvir o "Rei da Baião" cantando na TV ou no rádio que logo tratava de desligar os aparelhos. Puro ciúmes!

Pode imaginar uma senhora dentro de um elétrico em Lisboa cantando uma música de Gonzagão? Pois eu sim. E foi, realmente, hilário! Claro, mas isso foi apenas uma pequena parte da vida das duas. Foi um encontro gratificante. Por isso, sempre digo: viaje sem nenhum tipo de preconceito, só assim você estará aberto para encontrar pessoas adoráveis como Carolina e Gina. Momentos para ficarem eternamente na memória.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O número é 28 (Parte 1)


Não, não é dica para jogar na Mega-Sena. Na verdade, trata-se do número do elétrico mais famoso de Lisboa. Os bondinhos (para os brasileiros) fazem parte da rede de transportes públicos local. Mas como são muito charmosos, é impossível resistir e não embarcar num deles. É uma volta ao tempo, já que eles mantém a originalidade - e, claro, velocidade - da época em que surgiram (1903).

O número 28 é especial, pois ele dá uma volta, digamos, turística, que encanta os visitantes, já que percorre uma boa parte histórica da cidade. O bilhete, que pode ser comprado na hora, dentro do próprio elétrico, custa 1,40 euro - se você for ficar mais tempo na cidade, a melhor opção e o cartão "7 Colinas" (0,50), que você carrega com quantas viagens quiser. Nesse caso, cada uma sai por 0,80 (com várias vantagens).

Mas, se por um lado o 28 tem um charme especial, para os visitantes desavisados pode ser uma viagem nada agradável. Como é o mais famoso da cidade e vive lotado de turistas, é um "prato cheio" para o que os portugueses chamam de carteiristas, aqueles caras que num momento de bobeira, levam sua carteira. E você só vai perceber que foi roubado, certamente, bem depois - o que é muito desagradável.

Hoje, tive a oportunidade de presenciar uma briga entre uma portuguesa, que percebeu que um dos passageiros era carteirista, e deu uns merecidos "sopapos" no "tipo" (uma linguagem típica lusitana). Logo o "gajo" desembarcou, provavelmente para esperar o próximo elétrico. Por isso, todo cuidado é pouco... Principalmente, quando o número for o 28.

Até tu, Fernando Pessoa!


Como diz o ditado: "Quem está na chuva é para se molhar". No primeiro passeio por Lisboa, fui ao Chiado. Ali, na Brasileira (um café para turistas) está Fernando Pessoa (ele costumava frequentar o local), em bronze, sentado, solitário... Agora, ele está imortalizado, só esperando as dezenas de turistas para ocupar a cadeira ao seu lado, bater um papo, e tirar uma foto....

Sentei numa das mesas do café (está fazendo 30º em Lisboa). Uma temperatura maravilhosa para essa época de maio. Pedi uma "bica", como se chama o café no local. Olhei para o poeta, e pensei: "Coitado, com tantos visitantes, do mundo todo a sua volta, ele deve estar morrendo de medo da gripe suína". Me deu um insigth e resolvi protegê-lo com a máscara disponível na minha mochila.

Olha, a ideia fez sucesso, risadas (e flashes) começaram a pipocar por todos os lados. O que seria de uma viagem sem o bom humor, isso é que as tornam inesquecíveis. Mais tarde volto para falar sobre essa cidade maravilhosa.

Em época de gripe suína (Parte I)

No aeroporto do Galeão (Rio de Janeiro) já vi alguns mascarados. Bem pouco, em relação à proporção que a gripe suína (ela já mudou de nome, mas na minha cabeça, ainda não) vem tomando no mundo inteiro. A todo o momento, pelos microfones, uma voz avisa (Anvisa) que estão sendo distribuídos folhetos explicando sobre o vírus, que já vem causando estragos econômicos consideráveis em todos os países. Aliada à crise já existente, a situação está preocupando o mundo dos negócios.

Eu resolvi entregar a Deus (confesso que até comprei umas máscaras), mas não usei nenhuma. O engraçado foi no avião. Um passageiro, bem no fundo da aeronave (eu estava no outro extremo) teve um acesso de espirros (um pouco alto demais para o meu gosto) e fez, juro, todas as cabeças nas poltronas à frente da aeronave virarem pra trás. Acho que todo mundo pensou: "Ai, Jesus!". Alguns, preferiram se precaver e colocaram máscaras (bem, resolvi pensar como Marta Suplicy: relaxar e gozar). Fazer o quê? Por enquanto, está tudo bem, graças a Deus...

Quando começa a viagem (Parte II)

A bagagem não fechou. Agora, vem a "escolha de Sofia" (ou de Mariana, Zainer, Marcella, Brunelli, Carol, Letícia, Fabrícia...). O que tirar da mala? Dá até dor no coração, mas fazer o quê? Nada, apenas retirar as peças... Tarefa comprida (e mesmo assim, certamente, ela vai ficar estufada), é hora de colocar o cadeado (não esqueça de levar as chaves). Antes escreva num papel, nome, endereço, telefone (inclusive do local onde vai se hospedar no destino). E coloque dentro, num lugar visível). Em caso de extravio, fica mais fácil.

Lembre-se: as malas hoje são todas parecidas (principalmente as de rodinhas). Então, se você não quiser ficar "louco" na esteira rolante do aeroporto, é bom identificá-las (como morro de medo de "olho gordo", apelo para as fitinhas do Bonfim. Acredite, é impossível não reconhecer as minhas bagagens... Dá pra ver de longe...). É bom também colocar seus dados numa etiqueta do lado de fora (peloamordeDeus, uma coisa bem discreta, nesse caso!).

Agora, é só conter a ansiedade (já sei, você é daqueles que fica tranquilão... Sorte a sua!). Tomara que sua conexão seja "rapidez", porque não existe coisa pior do que a espera na sala de embarque (nessa hora um laptop vai bem). É tão bom, que estou aqui agora escrevendo no meu primeiro blog. Mas você também pode apelar para um bom livro, uma revista e até palavras cruzadas... Enfim... arrume um jeito de passar o tempo...

Oba! Hora de entrar no avião! E haja paciência! Principalmente para quem só pode ir na econômica (meu caso). Acho que os fabricantes dos aviões só viajam de executiva. Porque, sinceramente... O coisa desconfortável! Ninguém merece. Se o voo for noturno (o melhorzinho), depois da janta (se é que pode se chamar aquilo de janta), assista um filme e tente, se conseguir, cochilar, porque dormir, só mesmo se você for muito light...

Não esqueça de dar sempre uma caminhada pelos corredores da aeronave e fazer uns exercícios de alongamento. Isso é muito importante para ativar a circulação e evitar problemas comuns a voos de longa distância. É difícil, mas o tempo passa e quando você menos esperar estará aterrissando (não sem antes de tomar um café horrível) no seu destino. No meu caso, a primeira parada está sendo em Lisboa, Portugal.



Quando começa a viagem (Parte I)


Vamos combinar. Uma viagem começa bem antes do embarque. Principalmente, quando o destino é um pouco mais longe e onde você vai passar um bom tempo. Como, por exemplo, a Europa. Primeiro você começa a sonhar com o destino. Depois, descobre que é hora de comprar um guia turístico (imprescindível, principalmente se for sua primeira vez no lugar). Afinal, não custa nada saber um pouco da cultura local. Assim é possível evitar alguns micos (não todos, claro, alguns, acredite, serão inevitáveis. Faz parte...). Nada que você não vá rir posteriormente!

Chegou a hora de partir para a parte burocrática - compra das passagens e seguro viagem (também imprescindível quando o destino é o exterior). Se não tem passaporte (fazer um). Se tem, olhar a validade (acredite, muitas pessoas, só na hora do check-in descobrem que estão vencidos), comprar euros ou dólares (não leve tudo em cash, os traveles-cheques são uma boa opção - a vantagem é que se perdê-los é só cancelá-los). Além do mais, existem muitos bancos que não cobram taxa para trocá-los pela moeda local (é só pedir a lista no banco aí no Brasil).

Agora, vem a pior parte: arrumar as malas. Para viagens ao exterior, as de rodinhas são uma ótima dica (mas uma só, viu!). Principalmente se você vai fazer muitos deslocamentos. O tamanho, vai depender... É aí que começa o dilema: sabe aquele sapato que combina com aquela bolsa, que combina com aquele cinto, que fica muito bem com aquelea calça, que fica linda com uma blusa que você adora, que também fica espetacular com aquela outra calça... Pois é... Na hora de fechar a bagagem... Nem com reza brava! E pode sentar em cima (junto com sua irmã, com seu marido...). Não adianta...