Uma verdadeira festa para os sentidos. Assim é a "la place" Djemaa el-Fna, em Marrakech, onde ficam os solks (mercados). Pelo labirinto de vielas, as pessoas vão ziguezagueando. O jogo de luz e sombra através do teto se mistura com as cores infinitas dos produtos à venda e dos aromas das especiarias. Uma deliciosa confusão! Basta dar uma paradinha, e pronto! Lá vem o vendedor... Se você gosta do produto, prepare-se! É hora de começar a negociação. O primeiro preço, normalmente, é muito, muito, alto. Nada de aceitá-lo logo de cara. Isso é um desrespeito à maior tradição marroquina - a arte de negociar.
É hora de colocar sua lábia para funcionar. Vá logo dizendo: "Trè cher, trè cher" - "Está caro, está caro". Logo vem a resposta: "Ok, madame, qual o seu preço? Dizem que para chegar ao valor correto você deve dividir por dois ou, de repente, até por três. O vendedor vai achar baixo e dirá: "Vamos fazer o seguinte, nem o meu nem o seu. E vai escrever num papel o novo valor. Faça cara de decepcionado (use seu lado teatral). Faça de conta que vai embora.
O vendedor vai ficar doidinho e fazer outra proposta. Faça uma contraproposta, um valor mais baixo do que aquele que pretende pagar. Ele certamente não vai aceitar. Comece a sair da loja com um ar bem definitivo. Ele vai impedir. Faça sua última proposta. Ele certamente vai aceitá-la. Lembre-se: quanto mais peças você comprar do mesmo produto, no mesmo local, mais chances terá de sair ganhando na negociação. Por isso, sugiro que faça uma lista dos presentes antes de embarcar nessa aventura.
Mas prepare-se: se ele achar que fez um bom negócio vai ficar feliz, senão mostrará seu desagrado. Não ligue. Se for melhor do que ele, vai dizer aos "quatro ventos" que você é uma berbere, os habitantes originais do Marrocos, que até hoje falam a língua mais antiga do Norte da África - é a segunda do país, depois do árabe e antes do francês.
Esse povo tem fama de bom negociador. Além disso, os berberes são os fabricantes dos belos tapetes, tecidos por tribos do Médio Atlas. Em geral, eles possuem um fundo vermelho-alaranjado, uma cor natural obtida da raiz da garança, embora hoje já usem, também, pigmentos químicos. As figuras são sempre geométricas.
Para os marroquinos eles não são decorativos - como para nós ocidentais - e, sim, servem para fins práticos, como, por exemplo, para dormir, tanto em casa, como nas tendas. São lindos! Se tiver dinheiro sobrando e lugar na bagagem, vale a pena trazer um - não são baratos, mas se for comprar um desses no Brasil, com certeza vai ser bem mais caro.
As lojas na medina vendem de tudo um pouco: De lenços a tapetes, de jarras para tomar chá a lustres, de bolsas de couro e palha a belos recipientes para colocar perfume (daqueles usados pelas princesas), de gorros a espelhos e caixas trabalhadas com pedras maravilhosas... O difícil é escolher, é se achar no meio de tantos produtos interessantes. E o pior, sem preço.
Nossa deve dar vontade de comprar tudo!!!!!
ResponderExcluirBem, é verdade, dá mesmo vontade de comprar tudo no Marrocos. Tem cada coisa bonita! Mas tudo é necessári negociar... nada tem preço fixo
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