domingo, 9 de agosto de 2009

Paris é uma festa

(TEXTO PUBLICADO NO VIAGEM.AG, SUPLEMENTO QUE EDITO NO JORNAL A GAZETA)

A última vez - mas não a derradeira, se Deus quiser - que fui a Paris, em maio deste ano, além do guia turístico sobre a cidade, muito importante em qualquer viagem, pois ajuda a planejar melhor o roteiro, levei na bagagem o livro "Paris é uma Festa" ("A Moveable Feast"), de Ernest Hemingway, que comecei a ler no avião.

Vale a pena ler...

Na verdade, reler, pois a primeira vez que tive contato com a obra foi na faculdade. Ele conta a história de Hemingway, que morou em Paris, de 1921 a 1926, quando ainda era um jovem jornalista free lancer tentando se transformar num escritor. Acho, sinceramente, que ele, (ou o personagem?), escolheu o lugar certo, pois a cidade é pura inspiração.

Durante boa parte do voo, me deliciei com as fofocas sobre as personalidades que faziam parte do seu círculo de amizades, como F. Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, James Joyce, Ezra Pound...

Uma das personagens, Sylvia Beach, me chamou a atenção, pois foi a fundadora da Shakespeare and Company - livraria especializada em publicações de língua inglesa, que existe até hoje.

A livraria por fora



E por dentro.... Pode escolher...

Conta-se que ela costumava emprestar livros a escritores que estavam começando a carreira e, consequentemente, sempre duros, como Hemingway, sem cobrar e sem se importar se um dia lembrariam de devolvê-los.

Isso, aliás, é a cara da cidade, que tem como lema o "art de vivre". Como gosto muito de ler, resolvi inclui-la, pela primeira vez, no meu roteiro - apesar de estar cansada de saber que Paris esconde uma livraria em cada esquina - uma mais descolada do que a outra. Normal, numa cidade onde dentro do vagão do metrô, até em pé, se encontram pessoas, inclusive crianças, com um livro aberto.

É exatamente esse jeito de viver dos franceses que faz da cidade um sonho de consumo, principalmente para os amantes das artes. Não só a arte que está nos museus - e são tantos...

Mas, também, aquela que circula pelas ruas, está dentro das casas, no clima descolado das brasseries, nas vitrines fashion das lojas, na arquitetura e nas doces tentações das boulangeries (espécie de padaria). Porque vamos combinar, os franceses podem até ser esnobes, mas têm um bom gosto...

Até as linhas imponentes da Torre Eiffel, obra que gerou muita polêmica antes de ser inaugurada em 1889, são elegantes, levando-se em conta seu peso, 10.100 toneladas, e sua altura, 320 metros.

O monumento, considerado de mau gosto na época, hoje recebe, anualmente, 6 milhões de visitantes, considerando, apenas, os que sobem ao seu topo. Aliás, a Torre Eiffel, normalmente, é o primeiro programa que os turistas fazem na cidade.

A minha dica para os casais que vão visitá-la na primavera é levar duas tacinhas - de cristal (por favor!) -, uma champanhe, e curtir o entardecer (que neste período começa lá pelas 20 horas), no local. Só quando as luzes da torre começam a despontar é que você se dá conta de que, realmente, está na "Cidade Luz".

La Tour Eiffel - o entardecer...


.... visto do jardim em frente...

...Na primavera, em maio...

...Ainda não escureceu totalmente...


...E as luzes já começam a despontar...

... E finalmente, à noite cai...

Em Paris, a vida funciona assim mesmo, comendo uma baguete com jambon em frente ao Museu do Louvre, um crepe de Nutella nas ruas de Sant Michel, bebendo uma cerveja no Jardin de Tuileries... Ninguém liga... lembre-se: é o "art de vivre"...

Um viver que inclui, também, para quem vai à cidade pela primeira vez, o Museu d´Orsay, o Museu do Louvre, o Centre Georges Pompidou, Notre Dame, Sacré-Coeur, o Arco do Triunfo, o Panthéon e o Hotel des Invalides. Isso, só para começar, porque quem vai a Paris uma vez, vai duas, três, quatro, cinco... E, acredite, é sempre uma nova experiência. Inesquecível!

Com o tempo, e um bom guia turístico em mãos, você vai descobrindo em cada viagem locais que fogem ao lugar-comum, pelo menos é o que acontece comigo. Nessa visita a Paris, por exemplo, fui levada à Crêperie de Josselin, em Montparnasse - conhecido como o bairro das creperias.

O lugar - comandado por uma família típica francesa - é muito simpático. A dica é o prato da casa - dois crepes, um salgado e outro doce, e mais uma "cidre" - bebida alcoólica de 2% a 8% obtida a partir da fermentação do sumo da maça - por 10 euros. Um achado!

A fachada da Crêperie de Josselin




O crepe doce..... É de dar água na boca


Lugarzinhos assim é que fazem de Paris uma eterna festa, onde se pode dançar só ou acompanhado. O que importa, de verdade, é estar lá. Mas não esqueça de levar um guia turístico atualizado, como o "Guia Turismo 10+", que faz parte de uma promoção do jornal A GAZETA e Viagem.AG.

O próximo, sobre a "Cidade Luz", está disponível hoje, dia 9 de agosto. Mesmo que a cidade ainda seja um sonho para você, vale a pena comprá-lo, primeiro, por causa do preço, e segundo, porque é uma forma de começar a concretizar a viagem. E, claro, participar dessa festa!

Veja La Tour Eiffel em 360º

Creperiê de Josselin

Onde fica: 67, Rue du Montparnasse

Tel: 01 43 20 93 50



5 comentários:

  1. Esse é o lugar dos meus sonhos. Se Deus quiser ano que vem estarei lá.
    Saudades tia!!!!

    Entra nesse meu blog, tem homenagem ao Dia dos Pais.

    Beijinhos
    Lua

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  2. Com certeza, ano que vem você estará lá.... Aliás, é a cidade do amor, do romantismo, então, para os recém-casados.... Venho acompanhando o seu blog.... Ou melhor, blog (s). Você tem dois....

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  3. Tive a ligeira impressão que esta livraria é a mesma onde foi filmado "Before Sunset", excelente filme do Richard Linklater. Simples e encantador, como Paris.
    :)

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  4. Acabei de confirmar pela internet: esta é a livraria do filme. Que curioso!
    hahaha

    http://en.wikipedia.org/wiki/Before_Sunset
    :)

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  5. Então, Rafael, não me lembro de ter visto o filme, vou pegar na locadora.... Valeu a dica

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