(TEXTO PUBLICADO NO VIAGEM.AG, SUPLEMENTO QUE EDITO NO JORNAL A GAZETA)
Sempre que vou a Londres, acho a cidade uma incógnita. A começar pelo tempo... O "fog" é permanente, mas é incrível, o clima muda de uma hora para outra. A gente nem dá conta de abrir e fechar a sombrinha... Seja lá qual for a estação do ano.
Para falar a verdade, a única coisa "certa" em Londres, é o Big Ben - britânico como ele só... Resumindo: nunca está adiantado ou atrasado. O que significa que o chá é, realmente, servido às 17 horas - como já diria Sherlock Holmes: "Elementar, meu caro Watson!"
Big Ben (britânico que ele só)
A cidade abriga uma "fauna" eclética. Imagine, uma figura de cabelos azuis, espetados, com várias tatuagens no braço e um piercing na orelha, batendo papo com um rapaz de terno e gravata, muito bem alinhado? Sobre o quê? Negócios, bolsa de valores, arte...
Só em Londres... (Foto: Divulgação)
Assim é Londres. Uma "miscelânea" de gente, que divide o mesmo espaço num trânsito caótico e com um detalhe: as mãos de direção das vias públicas são invertidas e o volante dos veículos fica do lado direito. Uma loucura!
Típico táxi londrino (Foto: Divulgação)
Mas a metrópole é um destino imperdível e deve fazer parte de qualquer roteiro pela Europa - não esqueça de levar um guia turístico, a maneira mais prática de saber o que é prioridade na cidade - tudo depende do tempo que você vai passar lá. Mas uma coisa é certa. Só em Londres você consegue ir num autêntico pub e ziguezaguear pela Victoria Street, como fazia James Bond em um de seus Aston Martin. Ou, ainda, seguir os passos de Sherlock Holmes, com seu cachimbo, pela Baker Street. E ter a sorte, quem sabe, de encontrar Harry Potter pegando o trem na King Cross Station.
James Bonde e seu Aston Martin
Sherlock Holmes e seu inseparável cachimbo
Ou fazer como eu, atravessar a Abbey Road, bem no estilo Beatles de ser, tentando reproduzir a capa do disco feita há 40 anos, no dia 8 de agosto de 1969, pela banda no mesmo local. Pode até parecer meio ridículo, mas 10 entre 10 turistas que visitam a cidade pagam o mesmo "mico".
Foto da capa do disco feita há 40 anos na Abbey Road Imitação da capa pelos Simpsons
Uma paródia da capa do disco
O problema é que sou fã do quarteto, tanto que estou lendo - no momento - "The Beatles, a Bibiografia", de Bob Spitz, da editora Larousse, com nada mais, nada menos, do que 982 páginas. Aliás, vale a pena!
Bibiografia dos Beatles... Vale a pena ler
Uma curiosidade, a capa do disco não possui absolutamente nada escrito - a ideia foi do diretor de criação da gravadora, John Kosh. Segundo ele, por ser a banda mais famosa do mundo, na época, eles não precisavam de apresentações. Aliás, nenhuma capa foi alvo de tantas paródias e imitações como essa. Inclusive, a minha...
O roteiro em Londres inclui, também, a National Gallery e a Portrait Gallery, que abrigam algumas das melhores pinturas do mundo; a London Eye, uma imensa roda gigante, de onde se tem uma vista maravilhosa da cidade; e as galerias Tate Modern e Tate Britain, a primeira enfoca a arte contemporânea e a segunda reúne um acervo de arte que data de 1500 até hoje.
A National Gallery abriga as melhores pinturas do mundo London Eye, uma imensa roda gigante, de onde se tem uma vista maravilhosa da cidade
Além do British Museum, com um rico acervo de tesouros e artefatos de todas as partes do planeta; o Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha, onde a troca de guarda acontece todos os dias; o Natural History Museum, com uma magnífica coleção de dinossauros; e o Science Museum, que explica as maravilhas da ciência.
O Natural History Museum oferece uma magnífica coleção de dinossauros
Não deixe de visitar, também, a Abadia de Westminster e o Parliament Square, onde desde 1066 todos os reis britânicos foram coroados; a Torre de Londres, com sua história sangrenta; e a St. Paul´s Cathedral, uma bela obra-prima barroca. Mas isso é só o básico que a cidade oferece - essencial para quem vai pela primeira vez. A metrópole proporciona muitas outras atrações interessantes.
Como gosto de fazer coisas diferentes nas cidades que visito, em Londres dei uma chegadinha no Freud Museum, onde o fundador da psicanálise, Sigmund Freud, e sua filha, Ana, foram viver quando fugiram da Viena ocupada pelos nazistas.
A casa onde Freud morou em Londres quando fugiu da Viena ocupada pelos nazistas
Como sou a favor de "terapias", principalmente freudianas, me encantei com a casa, que abriga a coleção de terracotas de Freud - pura relíquia -, uma biblioteca com os originais de suas primeiras obras, e o famoso divã, onde ele recebia os pacientes e, certamente, interpretava seus sonhos.
A biblioteca de Feud O famoso divã
Sinceramente, ficaria muito feliz em ter Freud como psicanalista, acho que metade das minhas "neuroses" estariam resolvidas (risos). Mas, tudo bem, me contento com seus "discípulos", tão bons quanto.
Londres é assim, a arquitetura não muda e os ponteiros do Big Ben marcam sempre a hora certa (chegar atrasado num compromisso, nem pensar!)... Mas a cidade nunca é a mesma, muda 24 horas, e sempre oferece alguma novidade, como, agora, época em que os turistas podem assistir a troca de guarda do Palácio de Buckingham ao som de um dos sucessos de Michael Jackson...
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